NÃO é a performance que o aluno desenvolve nas posturas que torna a sua prática verdadeiramente avançada. O que nos torna de fato avançados na prática do Yoga é a capacidade de nos sentirmos, de percebermos sutilezas que acontecem em nosso corpo ao longo da prática; é a capacidade de contemplar o corpo diante de suas inúmeras possibilidades enquanto praticamos. O desenvolvimento, a transformação que ocorre na prática não é visível, é interna.
Porém, a partir do momento em que o praticante vai desconstruindo padrões, lidando com inseguranças e medos, dando adeus ao controle abusivo sobre coisas, acontecimentos ou pessoas, se relacionando com o corpo de maneira saudável, se transformando como SER HUMANO, a prática muda e o corpo se abre para inúmeras possibilidades. E sim, o auto conhecimento nos transforma em todos os pontos mencionados acima.
Neste caso, o corpo nos diz o quanto evoluímos na prática. O que acontece é que não existe uma medida comparativa entre os praticantes (não deve existir) porque cada um inicia a sua jornada num ponto, no seu ponto de evolução, que sempre será diferente do outro. É pessoal!
Cada um deverá avaliar-se de como era quando começou a praticar e de como se sente hoje. E sentir se está pronto para práticas mais avançadas que, no Yoga, não se trata de fazer piruetas e sim de ser apresentado a técnicas de respiração, de limpeza do corpo, posturas e meditações mais avançadas que atuam com mais intensidade no mais sutil. E isso não tem nada a ver com piruetas e posturas mirabolantes.
Nas práticas que conduzo eu não gosto de induzir os meus alunos a focar em posturas de maneira vazia, sem um porquê. Nós usamos o corpo como FERRAMENTA de auto conhecimento, nós colocamos metas (reais) para que possamos vibrar, comemorar sempre que alcançarmos cada uma delas. Eu gosto de deixar claro a cada pessoa que aprende comigo que o padrão corporal segue o padrão mental e que podemos transformar os dois e executar posturas lindas a partir desta transformação. O nosso corpo fala muito sobre quem somos mas ele não é o fim, é o meio.